O doping no esporte pode acontecer de forma involuntária, que é quando o atleta ingere algum medicamento sem o conhecimento de que na sua fórmula contém uma substância proibida.
Diante disso, é necessário conhecer os seus direitos, as regras, punições e sobretudo como se defender corretamente. Tudo isso você confere agora!
O que é doping no esporte e por que pode ser um problema?
O doping é o uso de substâncias, drogas ou métodos ilegais para aprimorar o desempenho esportivo. Dessa forma, a performance do atleta aumenta, assim como força, agilidade etc.
Em geral, o doping é utilizado para fazer com que o atleta ultrapasse o seu limite físico, mas os benefícios psicológicos também lhe garantem vantagens sobre os concorrentes.
A prática do doping no esporte coloca em risco a vida do próprio atleta, além de ter implicações jurídicas, por caracterizar uma competição desleal.
Embora seja uma prática antiga, o doping no esporte tem sido mais severamente combatido somente nas últimas décadas.
Isso porque os testes anti doping nas competições foram introduzidos pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) somente em 1968, durante os Jogos de Verão e Inverno.
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7 tipos de doping no esporte
Há diversos tipos de doping no esporte, desde esteroides anabolizantes até substâncias mascarantes, é essencial para entender os riscos à saúde dos atletas e os impactos negativos no cenário esportivo.
Confira, abaixo, os 7 tipos de doping mais comuns no esporte.
Esteróides anabolizantes
Os hormônios do crescimento e esteroides anabolizantes são medicamentos pré-competitivos que estimulam o aumento de síntese de proteínas, favorecendo o crescimento de músculos e tecidos.
Essas substâncias são frequentemente utilizadas por halterofilistas, culturistas e lançadores, sendo consideradas perigosas para a saúde.
Hormônios de crescimento
Os hormônios de crescimento são utilizados para aumentar a massa muscular e melhorar o desempenho atlético.
Por isso, os atletas podem tomar doses elevadas de hormônios de crescimento sintético, que não são produzidos naturalmente pelo corpo humano, para obter um efeito anabólico maior.
Betabloqueadores
Os betabloqueadores são usados para diminuir a atividade do coração, incluindo a redução da pressão arterial, do ritmo dos batimentos, das contrações e outros efeitos relacionados ao estresse cardíaco.
Diuréticos
Essas substâncias são usadas para perda rápida de peso e definição muscular, já que sua função é eliminar líquidos e impurezas do corpo através da urina.
No entanto, o uso excessivo de diuréticos pode causar problemas cardíacos e renais, além de desidratação e perda de sais minerais.
Estimulantes
As substâncias estimulantes são utilizadas para animar o corpo e acelerar o metabolismo e ritmo cardíaco durante atividades físicas.
Elas podem diminuir a dor e estimular a adrenalina, mas seu uso pode gerar efeitos colaterais como falta de apetite, insônia, euforia, exaustão, alucinações, aumento de temperatura corporal e tremores.
Moduladores hormonais
A modulação hormonal é uma técnica de doping em que atletas usam substâncias para alterar seus níveis hormonais e melhorar o desempenho físico.
Isso pode ser feito tanto para aumentar a produção de testosterona, quanto para diminuir a produção de hormônios que podem afetar negativamente o desempenho, como o cortisol.
Essa prática é considerada ilegal e pode trazer sérios riscos à saúde do atleta.
Substâncias mascarante
As substâncias mascarantes são utilizadas para encobrir o uso de produtos dopantes que podem melhorar significativamente o desempenho esportivo, como anabolizantes e a dopagem sanguínea, mas que não apresentam efeitos dopantes em si mesma.
Quais são as regras e leis de doping em competições esportivas?
O Código Mundial Antidoping é o manual sobre doping em todos os esportes. Veja abaixo, as principais regras em cada um:
Futebol
No futebol, as principais regras e leis relacionadas ao doping incluem a proibição do uso de substâncias como anabolizantes, hormônios e drogas recreativas.
Os jogadores são submetidos a testes antidoping, nos quais são coletadas amostras de urina ou sangue para análise laboratorial.
Caso seja constatada a presença de substâncias proibidas, o jogador pode ser suspenso por um período determinado, ficar impedido de participar de competições e ter suas conquistas esportivas anuladas.
Além disso, as equipes também são responsáveis por garantir que seus jogadores estejam em conformidade com as regras antidoping.
Vôlei
No vôlei, as regras antidoping proíbem a posse, uso e tráfico de substâncias estimulantes durante os jogos.
Os jogadores são sujeitos a testes de urina ou sangue, em que são detectadas substâncias proibidas.
Caso um jogador seja pego no doping, ele pode enfrentar penalidades, como suspensões temporárias ou permanentes, e suas conquistas esportivas podem ser invalidadas.
Além disso, as equipes também têm a responsabilidade de educar e conscientizar seus jogadores sobre as regras antidoping, bem como garantir que eles estejam em conformidade com as normas.
Natação
Na natação, uma das principais substâncias proibidas é a EPO (eritropoietina), que aumenta a produção de glóbulos vermelhos e melhora o transporte de oxigênio.
Os nadadores são submetidos a testes antidoping antes, durante e após as competições. Se um nadador testar positivo para substâncias dopantes, como a EPO, ele pode ser suspenso, perder medalhas conquistadas e ter sua reputação manchada.
É importante ressaltar que os testes antidoping são realizados de forma surpresa e em conformidade com as diretrizes estabelecidas pelo Código Mundial Antidoping.
Possíveis consequências do doping para o atleta
Além das implicações legais, a prática do doping pode acarretar graves riscos à saúde dos atletas.
As consequências da dopagem no esporte incluem punições disciplinares, como proibição de participação em competições, revisão de resultados, perda de patrocínios e incentivos de políticas públicas, além de queda na receita.
Em casos mais graves, o atleta pode ser banido permanentemente das atividades. O objetivo dessas punições é desencorajar o uso das drogas e manter a integridade do esporte.
Futebol
Em 2017, Guerrero, o jogador de futebol peruano, foi flagrado em um exame antidoping com a substância benzoilecgonina, um metabólito da cocaína.
Como resultado, Guerrero foi suspenso por um período, ficando impedido de participar de competições importantes, incluindo a Copa do Mundo da FIFA.
No entanto, posteriormente, ele teve sua pena reduzida após um recurso, permitindo que retornasse aos gramados mais cedo.
Vôlei
Tandara, jogadora de vôlei, foi flagrada em 2021 com o hormônio proibido fenoterol em seu exame antidoping.
Ela alegou ter utilizado um spray para tratar problemas respiratórios durante a competição.
Como resultado, ela foi suspensa por um período, enfrentando consequências em sua carreira esportiva.
Natação
Em 2020, a nadadora russa Yulia Efimova foi flagrada em um exame antidoping com a substância proibida meldonium.
Como resultado, ela recebeu uma suspensão temporária e foi impedida de competir em importantes eventos esportivos.
Efimova contestou a decisão e recorreu da pena, alegando que a substância estava sendo utilizada antes de ser proibida.
Após uma revisão do caso, a suspensão de Efimova foi reduzida, permitindo seu retorno às competições.
Advogado para defesa em casos de doping no esporte
Contar com a defesa de um advogado especializado quando há suspeita de doping no esporte é fundamental!
Um advogado especializado em direito desportivo vai ajudar em todas as etapas do processo, desde a coleta de provas, análise de documentos, elaboração de defesa e representação em audiências e julgamentos.
Não são raros os atletas que ingerem chás ou outros medicamentos sem saber que na sua composição existem substâncias proibidas pelo esporte.
Conclusão
Embora o doping no esporte não seja considerado um crime ou uma infração específica, há sanções que geram punições, perda de patrocínios e redução da renda mensal.
As substâncias ou práticas consideradas doping no esporte e proibidas são listadas no Código Mundial Antidoping e atualizadas anualmente.
Diante disso, o ideal é contar com a ajuda de um advogado especialista para não sofrer injustiças e nem punições desproporcionais que, diga-se de passagem, podem acabar com a carreira do atleta.