Blog

Dupla nacionalidade no futebol: como funciona?

A dupla nacionalidade no futebol facilita muito a contratação do atleta em clubes estrangeiros. 

Por ser um esporte global que une pessoas de diferentes nacionalidades, culturas e origens, tornou-se cada vez mais comum ver jogadores com dupla nacionalidade representando diferentes seleções. 

Neste artigo, vou esclarecer as principais dúvidas sobre a segunda nacionalidade do atleta, como funciona e as vantagens para a carreira. Confira!

Qual a importância da dupla nacionalidade no futebol?

Possuir dupla cidadania pode ser vantajoso, dependendo dos objetivos que um jogador tem para a sua carreira. Isso ocorre porque, em geral, ter uma segunda nacionalidade pode abrir portas para jogar em outros países.

No entanto, para entender completamente essa questão, é preciso encarar o futebol como uma profissão regulamentada, assim como qualquer outra. É mais ou menos como buscar emprego em uma nova empresa.

Assim como há habilidades e requisitos que aumentam as chances de ser contratado em uma empresa no exterior, no futebol também existem fatores que influenciam na escolha de um jogador para uma equipe.

Obviamente, ter habilidades no jogo é essencial, mas não é suficiente. Entre esses fatores, ter dupla nacionalidade é um diferencial importante, especialmente se for do país da equipe que está sendo considerada.

Ter essa dupla nacionalidade no futebol é importante porque pode abrir portas para jogar em outros países, afinal o segundo passaporte oferece possibilidades e facilidades burocráticas.

Em geral, todas as ligas têm um limite de estrangeiros nas equipes, fazendo com que os clubes deem preferência aos jogadores do próprio país ou com dupla cidadania.

Há ainda a possibilidade de jogar pela seleção do país que o jogador tem a segunda nacionalidade. 

Há diversos casos desse tipo, mas o mais recente foi a China, que nacionalizou vários jogadores estrangeiros para conseguir ter uma equipe competitiva. Mas não conseguiu se classificar para a Copa do Mundo.

Quem pode ter dupla cidadania no futebol?

Existem algumas possibilidades que facilitam a obtenção do novo passaporte como ter nascido em um território estrangeiro, ser descendente ou residir há muito tempo no país.

A naturalização pode ser adquirida independente das relações com o futebol. Portanto, na hora de pesquisar, comece pela elegibilidade.

No Brasil, milhões de pessoas têm italianos na sua árvore genealógica, o que lhe confere, muitas vezes, trânsito livre pela Europa após o reconhecimento da dupla nacionalidade.

Cada país tem suas próprias regras, mas a descendência é um fator muito importante.

O Brasil permite que brasileiros tenham dupla nacionalidade, mas nem todos os países são assim. O Japão, por exemplo, não permite, obrigando qualquer pessoa que queria se tornar cidadão japonês, renunciar o país natal.

Vantagens de ter dupla cidadania no futebol

Como existem limitações para estrangeiros no clubes, os atletas com dupla cidadania acabam sendo mais cobiçados.

Acontece que com o passaporte, o jogador é considerado residente do país e isso facilita questões burocráticas para o clube.

Se um jogador brasileiro possui cidadania europeia, abre-se um leque de possibilidades com os clubes europeus.

Raphinha é um exemplo disso. Ele poderia ter jogado pela seleção italiana, pois possuía dupla cidadania e estava sendo monitorado por ambos os países em 2020, mas o jogador escolheu atuar pelo Brasil.

Esse tipo de caso tem se tornado cada vez mais comum, com as seleções lutando para garantir jogadores com dupla nacionalidade.

Quando um jogador com dupla nacionalidade pode mudar de seleção?

Em 2020, a Fifa mudou as regras para permitir que os jogadores mudem de seleção. Antes, um único jogo oficial com uma seleção tornava a mudança impossível.

Atualmente, é permitido jogar até três jogos oficiais (excluindo a Copa do Mundo ou torneios continentais), desde que o jogador tenha disputado antes dos 21 anos ou apenas em amistosos.

Além disso, é necessário que o jogador tenha a nacionalidade da segunda seleção escolhida na época em que jogou pela primeira vez. 

O atleta deve esperar três anos a partir da data do jogo em que jogou pela primeira seleção antes de mudar de seleção. 

Para jogos amistosos, não há um período específico de tempo a ser considerado.

Um jogador com dupla nacionalidade pode jogar para a seleção de outro país?

O jogador com dupla cidadania pode jogar pelo novo país desde que atenda a algumas regras. Veja abaixo:

  • Os jogadores podem fazer a mudança de nacionalidade antes dos 21 anos
  • Se ele já jogou nas categorias de base de sua nação de origem, até o sub-21, mas já possui cidadania de outro país, ele pode jogar pelo novo país no futebol profissional.
  • Se não tiver a nacionalidade do novo país, ainda assim poderá fazer a mudança, desde que tenha menos de 21 anos quando jogar pela primeira vez pelo novo país.
  • Já os jogadores que já jogaram pela seleção principal, é necessário que tenham jogado três partidas ou menos e tenham menos de 21 anos. 

Além disso, é preciso ter passado pelo menos 3 anos desde a última partida pela seleção anterior e a primeira partida pela nova.

  • Uma regra importante para jogadores que já jogaram pela seleção principal, é que essas 3 partidas não podem ter ocorrido em Copas do Mundo ou campeonatos continentais, como a Copa América.

Por fim, é importante destacar que os jogadores não podem mudar de nacionalidade se já tiverem apresentado um país em qualquer tipo de futebol.

Conclusão

A dupla nacionalidade do jogador de futebol abre muitas portas em times de continentes diferentes. Afinal, essa vantagem pode ser decisiva na hora de fechar um contrato e alavancar a carreira.

Um detalhe importante é que mesmo adquirindo a dupla cidadania, o jogador não é obrigado a usar. Essa pode ser mais uma ferramenta, uma abertura de portas para o atleta que deseja jogar no exterior.

Mas, conforme comentei, nem todos os países permitem duas nacionalidades, obrigando o jogador escolher uma das duas ou enfrentando mais dificuldades ao ser contratado como estrangeiro.

Se você ainda tem dúvidas ou é atleta e precisa de apoio jurídico para tratar de dupla nacionalidade, recomendo que fale com um advogado especialista.

Compartilhe este conteúdo

Compartilhe este conteúdo